Após recorde de 2022, setor deve apresentar crescimento de 5% a 8%
O segmento de marcas de luxo tem se mantido resiliente em meio a um ambiente de juros e inflação elevados e perspectiva de desaceleração da economia global.
As empresas do setor listadas nas Bolsas da Europa registram valorização de mais de 30% no ano e a expectativa é de continuidade do movimento.
Mas, diante do atual cenário macroeconômico mais restritivo para o consumo, por que as marcas de luxo sentem menos?
Um dos motivos é a ajuda proveniente do fim das restrições de viagens de e para a China após a pandemia da Covid-19, o que tem elevado as vendas desde o ano passado. Os chineses, afinal, são grandes consumidores desses produtos.
Neste ano, a expectativa é de um crescimento de 5% a 8% no setor de alto luxo, segundo estudo da consultoria Bain & Company. Pode parecer pouco, mas é uma expansão em cima do valor recorde de 345 bilhões de euros desse segmento em 2022.
“A indústria do luxo está passando por uma nova fase após o crescimento pós-pandemia, com drivers de crescimento renovados”, segundo avaliação de Claudia D’Arpizio, autora do estudo.
O S&P Global Luxury Index reúne o desempenho de ações do setor de diferentes países, mas tem uma participação primordial das companhias europeias, berço das principais marcas de luxo globais. Esse indicador acumula uma alta de 25,15% no acumulado do ano até o dia 14 de julho.
Maiores ganhadores
A maior empresa do setor de luxo em valor de mercado de mercado é a LVMH, que possui as marcas Louis Vuitton, Fendi e Givenchi, entre outras. A companhia francesa é uma das que lidera esses ganhos, com uma valorização de 31,7% no ano e um valor de mercado de 446,5 bilhões de euros (o maior entre as marcas de luxo).
A dona da Louis Vuitton não está sozinha. A Hermes Internacional, também listada na Bolsa de Paris, registra uma valorização de 38,1% em 2023. Já a suíça Richemont viu seus papéis subirem 28,4%.
Gabriela Joubert, estrategista-chefe do Inter, lembra que o varejo de luxo acaba respondendo ao aquecimento na China, mesmo que os números do gigante asiático estejam desapontando parte dos economistas.
“A China está decepcionando um pouco. A recuperação contundente não veio. Os resultados mostram uma recuperação, mas não na magnitude que se esperava”, diz.
FONTE: https://www.infomoney.com.br/onde-investir/sem-tempo-ruim-setor-de-luxo-dribla-inflacao-e-juros-altos-e-sobe-30-em-2023/